quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Construção de uma Resenha Crítica

LUCCHESI, Dante. Ciência ou dogma? O caso do livro do MEC e o ensino de língua portuguesa no Brasil. Artigo publicado na Revista Letras, Curitiba, n.83, p. 163-187, Jan./jun., 2011. Disponível em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras/article/view/24713/18603. Acessado em: 13 de outubro de 2013.

RESENHA CRÍTICA
  Cleyton Paulo Lins da Silva*

O artigo, "Ciência ou Dogma? O caso do livro do MEC e o Ensino da Língua Portuguesa no Brasil",  publicado na Revista Letras por Lucchesi que é professor associado de Língua portuguesa da universidade federal da Bahia, reflete sobre o  fato do "ensinar falar errado" divulgado pela mídia no ano de 2011, onde se afirmam possíveis desvios no uso da norma padrão ou elitista, ao mesmo tempo aponta novos horizontes no modo de estudar as diferenças sociais que envolvem a fala e a escrita.
Com propriedade no assunto, Lucchesi aponta com sua reflexão de cunho linguística em especial numa abordagem sociolinguística no campo variacionista que tem como grande ícone a figura de Weinreich Labov. É desse ponto de vista que se faz necessário uma redescoberta do que vem a ser o desconhecimento da sociedade em relação ao conhecimento cientifico da língua. 
É de suma importância à visão de variacionista que indica uma pluralidade no quadro e no modo de se estudar os aspectos da língua, coisa que a mídia como representante de uma elite gramaticista insiste em não levar em conta tais variantes assumidas pela compreensão mais popular da língua portuguesa no Brasil.
A construção de um livro de língua portuguesa, "Coleção Viver, aprender", organizado pelo MEC que traz partes de uma linguagem popular como a expressão "os livro" e consequentemente um suposto erro de concordância nominal, não pode ser condenado por tentar aproximar em um de seus capítulos a fala popular aplicada a um determinado contexto sociolinguístico, porém não foi essa a visão da mídia que representa grande parte de uma população que infelizmente possui em seu discurso de liberdade, diversidade e aceitação do diferente no campo sociocultural, ainda traga uma marca de preconceito linguístico muito forte quando o assunto é a linguagem padrão ou erudita e suas normas que não podem destacar aspectos regionais e variacionista. 
Através desses argumentos podemos ver que ainda não se tem uma aceitação por parte da grande massa, aqui representada pela voz da mídia, e tampouco por uma minoria elitista que com estrutura gramatical fechada em si mesma é capaz de afirmar em seu posicionamento que expressões, como a citada no livro do MEC, fogem a regra estariam errada em todos os sentidos sem levar em conta o âmbito cultural e social de quem as pronuncia.
Outro posicionamento a ser destacado é que a mídia peca quando analisa a expressão "os livro" fora de seu contexto e situação de fala ou escrita. Sendo assim, faz uma rotulação e condena o livro que prega uma prática normativa para o ensino de português, mas também destaca em um de seus capítulos a possibilidade de se lidar com as variações e nuances do uso, da fala e situações sociolinguísticas. Daí surge o grande conflito existente entre duas visões ou modos de se analisar a evolução da língua, seja numa ótica elitista, seja numa posição popular como a que o autor, do artigo em questão, aponta em seu discurso no livro: "O que caracteriza a polarização sociolinguística do Brasil" (LUCCHESI, 1994, 2001, 2002 e 2006).
O caminho trilhado no ensino da Língua Portuguesa no Brasil parece seguir mais o dogmatismo do que o cientificismo linguístico. É justamente esse o foco da discussão levantada por Lucchesi, que a meu ver refletiu no espanto midiático numa visão dogmática e inquestionável a favor de um gramaticismo absoluto no campo das línguas. 
Portanto, é necessário modificar a estrutura do ensino no Brasil para gerar, cada vez mais, posicionamentos críticos e uma postura equilibrada, por meio de argumentos científicos em favor de uma aplicação contextualizada da língua deixando de lado uma visão meramente dogmática do estudo e do ensino da língua portuguesa no Brasil para perceber a dinamicidade e evolução da língua que está além do estudo gramatical descontextualizado.


*Graduando do segundo período do Curso de Letras/ Espanhol  na Universidade Federal de Alagoas -UFAL.

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Fichamento do artigo escolhido no campo da Sociolinguística

Fichamento de Conteúdo ou Resumo

LUCCHESIDante. Ciência ou dogma? O caso do livro do MEC e o ensino de língua portuguesa no Brasil. Artigo publicado na Revista Letras, Curitiba, n.83, p. 163-187, Jan./jun., 2011.

O autor do artigo busca desenvolver aspectos pertinentes a uma polêmica gerada pela mídia no ano de 2011 que diz respeito ao preconceito elitista no uso da linguagem abordada em um livro de Língua Portuguesa elaborado pelo MEC, intitulado “Por uma vida melhor”, que trazia a seguinte expressão “Os livro” fortemente tido como "erro de concordância", diante do fato que é relembrado por Lucchesi  em seu artigo aponta uma discussão antiga entre os linguistas e os gramaticistas que gira em torno da escrita e da fala.
As expressões variam, segundo a sociolinguística, é nesse sentido que o livro aborda aspectos coloquiais ou linguagem popular, o uso de tal expressão gera desconforto a uma visão de língua padrão ou culta, porém pouco sabe a mídia que há uma plural, regional e heterogênea que foge em sua produção escrita formal e a esse fenômeno chamados de variação linguística, onde se propõe utilizar o campo da fala para se transmitir e compreender a linguagem coloquial sem tê-la como desvio, mas como aspecto decorrente do estudo científico da língua.  
A obra da autora Heloisa Ramos, procurou bases em uma aplicação sociolinguística em partes de seus capítulos para mostrar que a “fala é diferente de escrever”. Por isso, não se deve tomar uma expressão fora de seu contexto sem discutir qual a intenção por trás da expressão polemizada. Tais comportamentos midiáticos apontam um preconceito linguístico, ainda existente em nossa sociedade, que acarreta num retrocesso no modo de aprender ou adquirir a linguagem, em nosso caso, a língua portuguesa.
Outro posicionamento interessante é o de produzir no falante a ideia de ser capaz de discernir o uso da variante adequada à língua para cada ocasião. E mais, a pluralidade que a sociedade comumente admite em meio das diversidades de crenças, de opiniões, etc. perde força diante da diversidade linguística que no caso abordado é tida como uma ameaça à norma culta que a mídia e a sociedade de modo autoritário que é fruto de um estudo intolerante da língua portuguesa é capaz de proferir sem tomar conhecimento do verdadeiro motivo que é estudar e dar possibilidades de escolha de acordo com o formal e o informal.  
A esse respeito, Lucchesi, diz o seguinte: “o caráter antidemocrático de um sistema de comunicação de massa concentrados nas mãos de grandes grupos econômicos, que ditam a pauta da informação para toda sociedade”. O preconceito serve para manter o uso ou aplicação da língua como um poderoso instrumento de exclusão social e essas posturas devem ser combatidos e ignorados.  
Portanto, há um embate entre correntes de estudos puristas e linguistas que foi retomado pela discussão midiática a respeito do “erro em livro de português”. Segundo os aspectos abordados isolados pode-se dizer que a mídia equivocou-se ao questionar a variação linguística existente nos livros propostos pelo MEC em 2011, pois esse preconceito linguístico é fruto de uma má interpretação do que seja o estudo científico da linguagem.

 Elaborado por: Cleyton Paulo Lins da Silva (2º Periodo Noturno)
Disciplina: Organização de Trabalho Acadêmico
curso: FALE- Letras/ Espanhol   UFAL- Universidade Federal de Alagoas, 2013.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Escolha do artigo científico sobre sociolinguística




CIÊNCIA OU DOGMA? O CASO DO LIVRO DO MEC E O ENSINO
DE LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
Autor: Dante Lucchesi*
* Professor Associado de Língua Portuguesa da Universidade Federal da Bahia,
Pesquisador 1-C do CNPq, autor do livro Sistema, Mudança e Linguagem (Parábola, 2004),
organizador do livro O Português Afro-Brasileiro (EDUFBA, 2009) e Coordenador do Projeto
Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia <http://www.vertentes.ufba.br/>.
Para o artigo científico escolhido acessar o LinK: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras/article/view/24713/18603


Justificativa: O fenômeno da variação linguística que marca de forma significativa a associação entre a língua falada e escrita, a homogeneidade e a heterogeneidade da compreensão da língua, sua aplicação e classificação como língua padrão (norma culta) com um enfoque objetivo e como língua popular ou coloquial com um enfoque subjetivo. O fato abordado pela imprensa em 2011, na qual o livro  de Língua Portuguesa elaborado pelo MEC "ensina a falar errado" é discutida  por Lucchesi, ainda é presente na prática de ensino da língua no Brasil que padroniza e, muitas vezes, não se preocupa com a aplicação de elementos subjetivistas observando a realidade social do falante e sua heterogeneidade. Sendo assim, faz-se necessário uma melhor compreensão das variantes abordadas pelo estudo da sociolinguística para entender que o acréscimos ou retirada de determinados termos tomados como linguagem culta é fruto da diversidade cultural, regional  e social da qual a língua sofre influência.  





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Resumo: As Convenções do Mundo Acadêmico (I Capítulo do Manual de produção de textos Acadêmicos)

Ada Brasileiro, em seu Manual busca alertar seus leitores sobre a produção acadêmica e sua linguagem específica, que deve ser cheia de termos técnicos, gerar clareza e objetividade, sendo o oposto de outros gêneros textuais, como  por exemplo, o jornalístico. Ela aponta "dois compromissos do ensino superior, primeiro, a pesquisa e, segundo, a formação profissional" (BRASILEIRO, Manual de Produção de Textos  Acadêmicos, p. 1). Segundo essas perspectivas vale ressaltar a importância de está preparado no campo da pesquisa científica com a construção e divulgação de trabalhos bem fundamentados do ponto de vista acadêmico utilizando-se de recursos descritivistas, narrativos e dissertativos. Quanto ao aspecto formativo, explica sobre processos de aquisição e construção do conhecimento elaborados por metodologias que pretendem descobrir respostas para os possíveis problemas levantados pelo procedimento científico. Por isso, é necessário abandonar práticas de pesquisas baseadas em cópias de textos (plágio) e ao mesmo tempo observar critérios para selecionar as fontes de pesquisa levando em conta os seguintes princípios: a autoridade de quem produz, a atualidade, o conteúdo, a objetividade e a utilização de termos adequados para a elaboração científica. E ainda, fazer menção à autoria dos textos pesquisados verificando a confiabilidade e o credenciamento de suas pesquisas.