Fichamento
de Conteúdo ou Resumo
LUCCHESI, Dante. Ciência
ou dogma? O caso do livro do MEC e o ensino de língua portuguesa no
Brasil. Artigo publicado na Revista Letras, Curitiba, n.83, p. 163-187,
Jan./jun., 2011.
O autor do artigo busca desenvolver aspectos pertinentes a
uma polêmica gerada pela mídia no ano de 2011 que diz respeito ao preconceito
elitista no uso da linguagem abordada em um livro de Língua Portuguesa
elaborado pelo MEC, intitulado “Por uma vida melhor”, que trazia a seguinte
expressão “Os livro” fortemente tido como "erro de concordância",
diante do fato que é relembrado por Lucchesi em seu artigo aponta uma
discussão antiga entre os linguistas e os gramaticistas que gira em torno da
escrita e da fala.
As expressões variam, segundo a sociolinguística, é nesse
sentido que o livro aborda aspectos coloquiais ou linguagem popular, o uso de
tal expressão gera desconforto a uma visão de língua padrão ou culta, porém
pouco sabe a mídia que há uma plural, regional e heterogênea que foge em sua
produção escrita formal e a esse fenômeno chamados de variação linguística,
onde se propõe utilizar o campo da fala para se transmitir e compreender a
linguagem coloquial sem tê-la como desvio, mas como aspecto decorrente do
estudo científico da língua.
A obra da autora Heloisa Ramos, procurou bases em uma
aplicação sociolinguística em partes de seus capítulos para mostrar que a “fala
é diferente de escrever”. Por isso, não se deve tomar uma expressão fora de seu
contexto sem discutir qual a intenção por trás da expressão polemizada. Tais
comportamentos midiáticos apontam um preconceito linguístico, ainda existente
em nossa sociedade, que acarreta num retrocesso no modo de aprender ou adquirir
a linguagem, em nosso caso, a língua portuguesa.
Outro posicionamento interessante é o de produzir no falante
a ideia de ser capaz de discernir o uso da variante adequada à língua para cada
ocasião. E mais, a pluralidade que a sociedade comumente admite em meio das
diversidades de crenças, de opiniões, etc. perde força diante da diversidade
linguística que no caso abordado é tida como uma ameaça à norma culta que a
mídia e a sociedade de modo autoritário que é fruto de um estudo intolerante da
língua portuguesa é capaz de proferir sem tomar conhecimento do verdadeiro
motivo que é estudar e dar possibilidades de escolha de acordo com o formal e o
informal.
A esse respeito, Lucchesi, diz o seguinte: “o caráter
antidemocrático de um sistema de comunicação de massa concentrados nas mãos de
grandes grupos econômicos, que ditam a pauta da informação para toda
sociedade”. O preconceito serve para manter o uso ou aplicação da língua como
um poderoso instrumento de exclusão social e essas posturas devem ser
combatidos e ignorados.
Portanto, há um embate entre correntes de estudos puristas e
linguistas que foi retomado pela discussão midiática a respeito do “erro em
livro de português”. Segundo os aspectos abordados isolados pode-se dizer que a
mídia equivocou-se ao questionar a variação linguística existente nos livros
propostos pelo MEC em 2011, pois esse preconceito linguístico é fruto de uma má
interpretação do que seja o estudo científico da linguagem.
Elaborado por: Cleyton Paulo Lins da Silva (2º Periodo Noturno)
Disciplina: Organização de Trabalho Acadêmico
Disciplina: Organização de Trabalho Acadêmico
curso: FALE- Letras/ Espanhol UFAL- Universidade Federal de Alagoas, 2013.
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