sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Fichamento do artigo escolhido no campo da Sociolinguística

Fichamento de Conteúdo ou Resumo

LUCCHESIDante. Ciência ou dogma? O caso do livro do MEC e o ensino de língua portuguesa no Brasil. Artigo publicado na Revista Letras, Curitiba, n.83, p. 163-187, Jan./jun., 2011.

O autor do artigo busca desenvolver aspectos pertinentes a uma polêmica gerada pela mídia no ano de 2011 que diz respeito ao preconceito elitista no uso da linguagem abordada em um livro de Língua Portuguesa elaborado pelo MEC, intitulado “Por uma vida melhor”, que trazia a seguinte expressão “Os livro” fortemente tido como "erro de concordância", diante do fato que é relembrado por Lucchesi  em seu artigo aponta uma discussão antiga entre os linguistas e os gramaticistas que gira em torno da escrita e da fala.
As expressões variam, segundo a sociolinguística, é nesse sentido que o livro aborda aspectos coloquiais ou linguagem popular, o uso de tal expressão gera desconforto a uma visão de língua padrão ou culta, porém pouco sabe a mídia que há uma plural, regional e heterogênea que foge em sua produção escrita formal e a esse fenômeno chamados de variação linguística, onde se propõe utilizar o campo da fala para se transmitir e compreender a linguagem coloquial sem tê-la como desvio, mas como aspecto decorrente do estudo científico da língua.  
A obra da autora Heloisa Ramos, procurou bases em uma aplicação sociolinguística em partes de seus capítulos para mostrar que a “fala é diferente de escrever”. Por isso, não se deve tomar uma expressão fora de seu contexto sem discutir qual a intenção por trás da expressão polemizada. Tais comportamentos midiáticos apontam um preconceito linguístico, ainda existente em nossa sociedade, que acarreta num retrocesso no modo de aprender ou adquirir a linguagem, em nosso caso, a língua portuguesa.
Outro posicionamento interessante é o de produzir no falante a ideia de ser capaz de discernir o uso da variante adequada à língua para cada ocasião. E mais, a pluralidade que a sociedade comumente admite em meio das diversidades de crenças, de opiniões, etc. perde força diante da diversidade linguística que no caso abordado é tida como uma ameaça à norma culta que a mídia e a sociedade de modo autoritário que é fruto de um estudo intolerante da língua portuguesa é capaz de proferir sem tomar conhecimento do verdadeiro motivo que é estudar e dar possibilidades de escolha de acordo com o formal e o informal.  
A esse respeito, Lucchesi, diz o seguinte: “o caráter antidemocrático de um sistema de comunicação de massa concentrados nas mãos de grandes grupos econômicos, que ditam a pauta da informação para toda sociedade”. O preconceito serve para manter o uso ou aplicação da língua como um poderoso instrumento de exclusão social e essas posturas devem ser combatidos e ignorados.  
Portanto, há um embate entre correntes de estudos puristas e linguistas que foi retomado pela discussão midiática a respeito do “erro em livro de português”. Segundo os aspectos abordados isolados pode-se dizer que a mídia equivocou-se ao questionar a variação linguística existente nos livros propostos pelo MEC em 2011, pois esse preconceito linguístico é fruto de uma má interpretação do que seja o estudo científico da linguagem.

 Elaborado por: Cleyton Paulo Lins da Silva (2º Periodo Noturno)
Disciplina: Organização de Trabalho Acadêmico
curso: FALE- Letras/ Espanhol   UFAL- Universidade Federal de Alagoas, 2013.

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